Sentia que ao teu lado seria feliz, quando falávamos muitas das vezes eu esquecia os meus problemas, os meus deveres, a minha tristeza que se esconde por de trás do meu sorriso. Sentia que cada momento que estive distante, queria ver-te, ao menos ver-te era o que eu pedia. Imaginava a tua boca a beijar-me, os teus olhos a olharem-me, a tua mão a acariciar-me e o teu corpo a aquecer-me. Tudo o que eu podia eu fiz, vou tentar de novo ser feliz.. vou dar um tempo, mas eu quero deixar te e não consigo o coração bate forte e então começa a minha indecisão.

Estou cansada de sonhar, de desejar, de te querer e não te ter, de nunca saber se pensas ou não em mim, se à noite adormeces com saudades no peito ou te deitas com outras mulheres. Depois de todas as palavras e de todas as esperas, fiquei sem armas e sem forças. Sobra-me apenas a certeza de que nada ficou por fazer ou dizer, que os sonhos nunca se perderam, apenas se gastaram com a erosão do tempo e do silêncio.

Depois de tudo o que eu fiz para as coisas darem certo, depois das quedas que eu dei e levantei-me quase sem força, tinha que vir uma merda, e estragar TUDO. Estou farta, tão farta que me julgem, que não pensem no que fizeram no passado e me julguem por um pequeno erro. Tento ser perfeita, mas isso não me serve de nada, porque cada vez que erro é logo tudo em cima de mim a mandarem-me as coisas a cara. Tou farta ! tão farta. Não entendes que eu estou mesmo a começar a interessar-me por ti ? Como é que não entendes eu dei-te todos os sinais ! és burro ou não queres ver ? Secalhar sou eu a burra por acreditar que podia dar alguma coisa. Tu não és o tipo de rapaz que fique com o tipo de rapariga como eu, deprimente, práticamente bipolar, que já sofreu tanto no passado que já se tentou matar, tu não conheces nem 1/3 de mim, só conheces o que eu te mostro, não o que tenho cá dentro. Se te mostrasse o que realmente sou e o que realmente passei, metias as mãos à cabeça e choravas comigo. Sou demasiado fragil e qualquer coisinha mete-me logo a chorar, a chorar.. a chorar estou eu neste preciso momento, porque não aguento tanta pressão vinda de ti. Eu já devia de saber que não ia dar em nada, mas mesmo assim feita OTÁRIA fingi que ia dar, meti coisas na cabeça que já sabia não ia acontecer, sou tão ESTÚPIDA e está tudo a acontecer outra vez, porque ainda não aprendi ! Mas, meu amor, não te esqueças que quando me apontares um dedo, tens três apontados para ti. As escolhas que eu faço só me cabem a mim e nada nem ninguém tem o direito de me julgar, porque todos cometem erros, mas neste caso nem se quer fui eu que cometi erro algum, mas como sempre ninguém quer saber, vão julgar sem saber a verdade, mas como sempre já estou habituada.

« Contigo tudo parece fazer sentido

O tempo parece ser sempre reduzido

Mas como um pôr-do-sol não duras para sempre

Tento-me enganar mas este não é o teu lugar »

Tens que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que amamos e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tens que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que amamos e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. Nós perdemos, levamos porrada, é passado pra trás. Dói, ai, doi muito mais. Mas passa. Estas a  ver aquela dor que agora dança no teu peito de salto agulha? Tu ainda vais olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou a dizer a verdade. Eu não minto. Vai passar.

Sei que não devia, mas gosto de ti.

Gosto de ti porque me fazes rir, porque pensas do mesmo modo que eu, porque me tiras palavras da boca e porque me pões na boca palavras que mais ninguém põe.

Gosto de ti porque és profundo, inteligente, sensível, liberto das coisas pequeninas e mesquinhas. Tens o maior e mais doce, o mais fantástico e aberto e maravilhoso sorriso do mundo.

Gosto de ti porque me dizes exactamente o que pensas e sentes, e porque não criticas que eu diga exactamente o que penso e sinto. Gosto de ti porque gostamos ambos das mesmas coisas, porque contigo não me sinto uma aberração solitária da natureza.

Adoro o som daquelas tuas gargalhadas.
Gosto da tua casmurrice, personalidade forte, mau feitio. És independente e fazes aquilo que te apetece sem dar explicações, respeitas quem o faz do mesmo modo.

Gosto do formato dos teus lábios e dos teus dedos.

Gosto da tua acidez e da tua loucura.

Gosto do teu cheiro, das tuas piadas sarcásticas, da teimosia do teu cabelo.

Gostei quando me chamaste princesa, quando me disseste a verdade nua e crua.

Gosto do teu corpo, da tua temperatura perfeita. Adoro a pele macia do teu pescoço, os teus ombros morenos, o carinho nas tuas pernas enroladas nas minhas.

Gosto de acordar nos teus beijos.

Gosto dos teus olhos, quando estão abertos e permitem que espreite para dentro de ti. 
Gosto que detestes tabaco e que não digas palavrões e que o futebol te passe ao lado.

Gosto que sintas falta dos nossos dias, que tenhas saudades.

Gosto que os beijos cavernosos se tenham tornado perfeitos.
Gosto do modo como tratas os teus, da admiração e respeito, do carinho que sabes mostrar.

Gosto que não tenhas medo de usar as palavras todas.

Gosto de ti porque és tão igual a mim, gosto de ti porque me completas nas diferenças que temos.

Porra, gosto de ti. Só não gosto que não gostes de mim.